Hacking

Fortezza o hacker que roubou 63 Milhões sem sair do quarto

Era só mais um garoto quieto na Holanda. Ninguém ali em volta desconfiava que, enquanto o mundo dormia, ele estava roubando dados, negociando no submundo da internet. David Schrooten, ou melhor dizendo, Fortezza, virou um pesadelo global com nada além de um laptop e tempo demais nas mãos.

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Com 21 anos, morando com os pais, esse moleque conseguiu comprometer mais de cem mil cartões de crédito. E o mais louco? Ele nem precisou sair do quarto pra fazer isso acontecer. Em 2012, David deixou sua marca no mundo da cibersegurança, e não foi pequena. Foram mais de 63 milhões de dólares em prejuízos, e um rastro digital que obrigou bancos e empresas a acordarem pra realidade que muita gente ainda insiste em ignorar: a internet é terra sem dono para quem sabe como usá-la.

Quem era esse tal de Fortezza

David não tinha cara de vilão. Na real, se passasse por você na rua, provavelmente seria só mais um estudante de TI, fone no ouvido, capuz na cabeça. Mas online, ele era outra pessoa.

Nos becos escuros da internet, usava os codinomes Fortezza e Xakep. Passava dias nos fóruns mais obscuros da dark web, como o Kurupt.su, onde o cardápio era direto: cartões de crédito roubados, malwares prontos, esquemas de fraude como se fossem planos de assinatura.

Só que ele não se contentava em ser só mais um usuário desses fóruns. Fortezza queria mais, e conseguiu. Hackeou o próprio Infraud Organization, um dos maiores grupos de cibercrime da época, e assumiu o controle como administrador. Isso colocou ele em outro nível. Um hacker hackeando hackers. Não é todo dia que você vê isso.

Claro que isso chamou atenção. E não só dos outros criminosos, mas também do FBI, da Interpol e de todo mundo que cuida da ordem no mundo digital.

Como ele fez tudo isso?

Nada mirabolante, nenhum ataque com drones, nem super vírus com nomes cinematográficos. Só engenharia social, malwares simples e muita estratégia.

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David se juntou com Christopher Schroebel, um americano da mesma idade. Juntos, criaram um esquema de infecção de sistemas de ponto de venda. Aqueles computadores usados em restaurantes, lojas, cafés. Cada vez que um cartão era passado, os dados eram capturados e enviados direto para servidores controlados pela dupla.

Um restaurante em Seattle acabou sendo o ponto de virada. Diversos clientes começaram a reclamar de compras estranhas pouco tempo depois de jantarem lá. Era o rastro do malware fazendo efeito. E quando perceberam, já era tarde. Os dados já estavam sendo vendidos em fóruns da dark web que funcionavam como verdadeiros shoppings do crime.

Em uma única operação, David conseguiu roubar mais de 44 mil cartões de crédito. Tudo com uma estrutura tão organizada que dava pra deixar avaliação dos vendedores. O submundo tinha até sistema de reputação, não é exagero dizer que o crime digital virou negócio.

Fortezza chamou a atenção do FBI

Ninguém fica tanto tempo na linha de frente do crime sem chamar atenção. Especialmente quando você começa a atacar os próprios aliados.

O FBI começou a puxar o fio depois do restaurante em Seattle. Investigaram, cruzaram informações e chegaram até Schroebel. E como todo cúmplice pressionado, ele abriu o jogo. David foi identificado, rastreado e preso em março de 2012, na Romênia, onde estava visitando a namorada.

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A prisão foi pesada, as condições na cadeia romena foram tão brutais que ele tentou suicídio duas vezes, segundo relatos. Em seguida, foi extraditado para os Estados Unidos. Lá, primeiro tentou negar tudo, mas acabou aceitando um acordo e confessando os crimes em novembro daquele ano.

O caso ganhou proporção internacional. A promotora Jenny Durkan foi direta ao ponto. Disse que cibercriminosos precisavam entender que não estavam a salvo em lugar nenhum. E pra reforçar essa mensagem, FBI, Interpol, Secret Service e até a polícia romena trabalharam juntos. O cerco foi global.

Só que a justiça tem suas brechas

A pena inicial foi de 12 anos. Só que, um ano depois, ele foi transferido pra Holanda com base em um tratado internacional. E em pouco tempo, já estava livre, isso mesmo. O cara que causou um prejuízo de milhões, que organizou um esquema global de fraude, estava em casa antes do fim daquele ano.

Depois disso, lançou um livro chamado Alias Fortezza. Nele, relatou toda sua trajetória, da ascensão como hacker até os dias de prisão em solitária. Um relato frio, direto, sem arrependimento explícito, mas com uma boa dose de crítica ao sistema.

E então sumiu do radar, nenhuma nova prisão, nenhum podcast, nenhuma tentativa de virar referência em ciberética. O cara simplesmente evaporou da internet pública.

Seu comparsa, Schroebel, foi condenado a sete anos, também sumiu. Mas as marcas do que fizeram continuam visíveis até hoje.

E o estrago continua

O caso Fortezza foi um ponto de ruptura, se assim podemos dizer. Mostrou, de uma vez por todas, que não era mais possível tratar cibercrime como algo menor ou isolado. Bancos e empresas correram pra se atualizar, melhorar criptografia, investir em sistemas antifraude mais inteligentes.

Mesmo assim, o mercado negro só cresceu. Estima-se que fraudes com cartão ultrapassem hoje os 40 bilhões de dólares por ano. Isso mesmo, o mundo segue pagando a conta.

Além disso, a história serviu pra deixar claro que o crime digital funciona como qualquer organização eficiente. Tem hierarquia, divisão de tarefas, sistema de reputação, canal de suporte. Os fóruns como o que David comandava eram verdadeiros marketplaces do caos.

E se você acha que isso ficou no passado, é só dar uma espiada na quantidade de novos golpes usando inteligência artificial, deepfake, bots de phishing e engenharia social de primeira. O jogo não parou, só mudou de fase.

Por que essa história ainda importa

Porque ela continua acontecendo, todos os dias, em outras versões.

Hoje, qualquer jovem com talento e um pouco de frustração pode virar uma bomba-relógio digital. As ferramentas estão mais acessíveis, os tutoriais estão no YouTube e as promessas de dinheiro fácil continuam sedutoras.

Empresas, especialmente as pequenas, ainda são alvos fáceis. Não têm estrutura, nem cultura de segurança. Muitas sequer atualizam os próprios sistemas. E os consumidores? Continuam clicando em links suspeitos, usando senhas fracas e se assustando quando veem compras que não fizeram na fatura.

O recado é simples caros(a) leitores, se você tem talento em tecnologia, pense bem onde vai investir isso. E se você tem um negócio, proteja seus dados como você protege seu caixa. Hoje, um clique errado pode custar tudo.

O jogo não tem fim

Desde o caso Fortezza, muita coisa mudou. Autoridades estão mais preparadas, sistemas estão mais robustos e há mais consciência sobre segurança digital. Mas os criminosos também evoluíram. Eles usam IA, criptomoedas, proxies, redes descentralizadas e tudo mais que puder complicar a vida dos investigadores.

A segurança digital virou uma maratona sem linha de chegada. E a gente não tem escolha a não ser correr. Porque o próximo Fortezza já deve estar online, aprendendo, testando, esperando a chance de deixar sua marca.

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Equipe Tech Start

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