O que é Ransomware como serviço (RaaS)?
Certamente o crime cibernético está evoluindo rapidamente, e os ataques de ransomware se tornaram uma das ameaças mais prevalentes para empresas em todo o mundo.
O que antes era uma operação altamente técnica que exigia habilidades avançadas de codificação agora foi democratizada por meio do surgimento do Ransomware como Serviço (RaaS) um verdadeiro modelo de negócios cibercriminoso que permite que qualquer pessoa, independentemente da experiência técnica, execute ataques de ransomware devastadores para obter lucro.
O que é Ransomware como serviço?
O Ransomware como Serviço (RaaS) funciona de uma forma semelhante aos modelos legítimos de Software como Serviço (SaaS), mas na Dark Web.
Ele permite que uma pessoa ou grupos aluguem kits de ransomware pré-configurados de desenvolvedores, que então recebem uma parte dos lucros.
Esse modelo de negócios permite que até mesmo hackers inexperientes realizem ataques cibernéticos sofisticados.
O RaaS se tornou tão popular que alguns desenvolvedores até oferecem suporte ao cliente, atualizações e acordos de participação nos lucros para seus “clientes”, tornando extremamente fácil para os cibercriminosos inexperientes participarem de ataques de ransomware.
Incrível não é mesmo? Ou seja uma pessoa que não entende nada de segurança cibernética pode simplesmente contratar uma plataforma de Ransomware as a Service e lançar ataques em escala global
Mas como o RaaS funciona na prática?
Bom caro leitor(a) as plataformas RaaS operam por meio de um serviço baseado em assinatura ou um modelo de participação nos lucros. Abaixo enumeramos de forma bem simplificada como normalmente esse tipo de serviço funciona:
- Primeiramente os desenvolvedores criam kits de ransomware: cibercriminosos qualificados projetam e mantêm o software de ransomware, atualizando-o continuamente para evitar a detecção por sistemas de segurança.
- Temos os compradores do serviço que alugam ou compram o ransomware: Pessoas com pouca ou nenhuma experiência técnica podem alugar acesso ao software de ransomware, pagando uma taxa fixa mensalmente ou uma parte do resgate coletado.
- As vítimas: Os afiliados usam e-mails de phishing, links maliciosos ou sites comprometidos para infectar o computador ou a rede da vítima com ransomware.
- O resgate é exigido: Depois que o ransomware criptografa os arquivos da vítima, o invasor exige o pagamento que geralmente é feito em criptomoeda para restaurar o acesso.
- Os lucros são compartilhados: O resgate é pago, e o desenvolvedor e o contratante dividem os lucros, com os desenvolvedores geralmente levando cerca de 30-40% do resgate.
A ascensão do ransomware como serviço exemplos do mundo real
Sem sombra de dúvidas uma das plataformas RaaS mais infames é o REvil (Sodinokibi). Este grupo foi associado a grandes ataques de ransomware visando empresas de alto perfil, como JBS Foods e Kaseya.
Nesses ataques, os afiliados da REvil conseguiram paralisar operações comerciais inteiras, exigindo milhões de dólares em resgate para descriptografar arquivos, um verdadeiro impacto no dia a dia das empresas.
No caso da Colonial Pipeline em 2021, os invasores usaram ransomware fornecido pela plataforma DarkSide RaaS. O ataque causou grandes interrupções no fornecimento de combustível na Costa Leste dos EUA, e a empresa pagou um resgate de aproximadamente US$ 4,4 milhões em Bitcoin para retomar o controle.
Ok, mas por que o RaaS é uma ameaça crescente?
Precisamos ter em mente que o RaaS reduz a barreira de entrada para criminosos cibernéticos, tornando o ransomware mais acessível e disseminado.
Pois, até mesmo indivíduos com habilidades técnicas mínimas agora podem executar ataques devastadores.
E é óbvio com o potencial de grandes recompensas financeiras, os ataques de ransomware estão se tornando cada vez mais frequentes, com empresas de todos os tamanhos sendo alvos.
Na verdade, de acordo com a Cybersecurity Ventures, os ataques de ransomware custarão à economia global US$ 265 bilhões até 2031, e as plataformas RaaS desempenharão um papel significativo nesse aumento.
Esse crescimento torna crucial que as organizações entendam a seriedade da ameaça e tomem medidas proativas para se proteger.
Como proteger sua empresa contra ransomware como serviço
Embora o modelo RaaS apresente um desafio significativo, há medidas que as empresas podem tomar para mitigar o risco de um ataque de ransomware, abaixo criamos uma lista de pontos de atenção para prevenir um ataque de ransomware.
- Atualize o software regularmente: garanta que todos os sistemas estejam atualizados com os patches de segurança mais recentes para evitar a exploração de vulnerabilidades.
- Treinamento de funcionários: eduque os funcionários sobre táticas de phishing e como identificar e-mails suspeitos, que geralmente são o principal ponto de entrada para ransomware.
- Use práticas de backup fortes: faça backup regularmente de dados críticos e garanta que os backups sejam armazenados offline ou em uma rede separada, o Veeam Backup Replication é excelente para essa tarefa.
- Implemente ferramentas avançadas de segurança cibernética: use ferramentas com tecnologia de IA e sistemas avançados de detecção de ameaças que podem identificar ransomware antes que ele cause danos na sua rede.
- Tenha um plano de resposta a incidentes: prepare-se para ataques em potencial desenvolvendo um plano de resposta a incidentes robusto que inclua etapas para mitigar danos e restaurar sistemas com o menor tempo possível
O que podemos esperar do futuro do RaaS e da segurança cibernética?
Certamente, à medida que o Ransomware as a Service continua a crescer, as medidas de segurança cibernética devem evoluir para acompanhar o ritmo.
Soluções de segurança cibernética orientadas por IA, criptografia mais forte e parcerias público-privadas mais eficazes serão cruciais no combate ao aumento do ransomware.
Portanto, as empresas devem permanecer vigilantes, garantindo que suas defesas sejam fortes o suficiente para suportar esse cenário de ameaças em rápida mudança.