O futuro das redes sociais: plataformas descentralizadas podem ser uma alternativa
O novo momento em que estamos na área da tecnologia, impulsionou o mundo todo a se manter conectado e por dentro do que está ocorrendo em tempo real.
Plataformas como o X (antigo Twitter), Facebook, Instagram permitiram as pessoas compartilharem conhecimento e opiniões de forma rápida, direta e sem muitas complicações.
No entanto, esse crescimento teve um custo, um aumento na tentativa de controle do que pode ou não pode ser escrito. Certamente alguns tipos de publicações ferem legislações, isso pode variar de acordo com cada país e devem responder de acordo com a lei.
Porém, o que temos visto ao redor do globo, principalmente após a mudança de Twitter para X, é uma tentativa de controle sobre as redes sociais, removendo a essência das plataformas e impedindo milhares de usuários a terem acesso a conteúdos.
Com isso em mente, precisamos pensar no futuro das redes sociais, realmente plataformas descentralizadas podem evitar ataques a liberdade de expressão, privacidade e controle do usuário?
Vamos explorar um pouco mais sobre o que são plataformas descentralizadas, suas vantagens, desafios e o que esperar delas para o futuro.
O que é uma rede social descentralizada?
Uma rede social descentralizada refere-se a plataformas que operam sem uma autoridade central.
Ao contrário das plataformas tradicionais, onde uma única entidade, empresa ou grupo de empresas controla os dados do usuário, a distribuição de conteúdo e as regras da plataforma, as plataformas descentralizadas distribuem o controle entre vários nós ou servidores.
Essa falta de centralização oferece aos usuários mais poder sobre seus próprios dados e uma maior capacidade de contornar os esforços de censura.
Por exemplo, plataformas como Mastodon operam em um modelo federado, onde os usuários podem ingressar em diferentes instâncias (ou servidores) com base em suas preferências.
Cada instância tem suas próprias regras e políticas, oferecendo uma experiência mais personalizada.
Por outro lado, plataformas baseadas em blockchain, como o Lens Protocol, permitem que os usuários sejam totalmente donos de seus dados e interações sociais, garantindo que nenhuma autoridade central possa ditar ou limitar seu conteúdo.
A crescente busca por controle das redes sociais
Com o bloqueio completo do X no Brasil, o assunto está tomando conta da internet, mas o brasileiro não é o único a ter o acesso impedido.
Governos aos redor do mundo estão cada vez mais impondo restrições pesadas as plataformas, exigindo remoção de conteúdo, bloqueando perfis e até mesmo impedindo o acesso total.
Nos últimos anos, países como a Índia, Turquia e Rússia implementaram regulamentações extremamente abusivas, forçando as plataformas a cumprirem suas demandas sob o risco de serem banidas. Essa tendência crescente destaca as vulnerabilidades de plataformas centralizadas.
Portanto, plataformas descentralizadas oferecem uma alternativa promissora ao transferir o controle e a tomada de decisão para os usuários.
A inexistência de uma autoridade central, plataformas descentralizadas são mais resilientes contra ataques de censura, impedindo que decisões monocráticas afetem milhares de pessoas.
Por que as plataformas descentralizadas são importantes?
À medida que as plataformas centralizadas enfrentam crescente ataque de governos e corporações, as alternativas descentralizadas oferecem uma possível alternativa.
- Controle do usuário sobre os dados: em plataformas descentralizadas, os usuários têm propriedade total sobre seus dados. Isso significa que eles podem decidir onde seus dados são armazenados, quem pode acessá-los e como eles são usados.
- Resistência à censura: as plataformas descentralizadas são construídas para serem resilientes contra a censura. Sem uma entidade central controlando o conteúdo, os governos não podem pressionar facilmente as plataformas a remover postagens ou bloquear usuários.
- Privacidade aprimorada: muitas plataformas descentralizadas são projetadas com a privacidade em mente, oferecendo criptografia de ponta a ponta e outros recursos de segurança. Os usuários podem se comunicar e compartilhar conteúdo sem se preocupar com vigilância ou violações de dados.
- Modelos de governança: as plataformas descentralizadas geralmente usam modelos de governança orientados pela comunidade, permitindo que os usuários participem dos processos de tomada de decisão. Isso promove um ambiente mais democrático e transparente.
Embora tudo isso pareça muito interessante, plataformas descentralizadas enfrentam muitos desafios. Um dos maiores é a adoção, pois plataformas tradicionais já estão consolidadas no mercado.
Além disso, as plataformas descentralizadas precisam contornar os problemas de escalabilidade, executar vários servidores independentes requer recursos e coordenação, garantir uma experiência positiva em todo a rede para o usuário não é uma tarefa simples.
Outro ponto, sem uma autoridade controladora central, a moderação e governança podem ser extremamente complicadas, levando a problemas com conteúdos que realmente são prejudiciais.
Apesar desses desafios, o potencial das plataformas descentralizadas para preservar a liberdade de expressão é inegável.
À medida que mais usuários se conscientizam das limitações das plataformas centralizadas, a demanda por alternativas descentralizadas provavelmente aumentará.