Elon Musk vs Trump a briga de bilionários ameaça a NASA

Equipe Tech Start 13 horas atrásÚltima Atualização 6 de junho, 2025

0 5 3 minutos de leitura

Ah, as amizades improváveis do século XXI. Elon Musk e Donald Trump estavam muito próximos, sempre aparecendo juntos em reportagens e em decisões do novo governo. Mas como toda relação intensa demais, a briga veio, e não foi pequena.

Continua depois da publicidade

Musk, CEO da SpaceX e ex-“funcionário especial do governo” por 130 dias (título que parece mais uma sketch do Saturday Night Live do que cargo oficial), saiu da Casa Branca dizendo amém pro chefe. Trump, por sua vez, não economizou nos elogios, chamando o bilionário de “um dos maiores inovadores que o mundo já viu”. Tudo parecia bem… até não estar mais.

Na última terça, Musk surtou no X (antigo Twitter, lembra?) detonando o “Big Beautiful Bill” o pacote orçamentário aprovado pelo Congresso, chamando-o de “aberração nojenta”. O tipo de comentário que, vindo de alguém que adora jogar a real, não é nenhuma novidade. Mas mexer com Trump nunca foi receita de paz.

Elon Musk SpaceX Trump. — Imagem da internet.

Trump reagiu no Truth Social (a rede social dele, parecida com o X), dizendo que Musk “estava ficando insuportável” e que o havia mandado embora. E como se não bastasse, ameaçou cortar os contratos do governo com as empresas de Musk. O bilionário não deixou barato e respondeu com um coice: “Diante da declaração do Presidente sobre o cancelamento dos contratos, a SpaceX vai começar imediatamente a descomissionar as naves Dragon.”

Se o governo cortar o dinheiro, Musk tira o foguete do jogo.

Parece birra de criança mimada com brinquedo novo? Pode até ser. Mas o problema é que o tal brinquedo a nave Dragon é o que mantém os astronautas americanos indo e vindo da Estação Espacial Internacional com alguma dignidade. Cancelar esse programa significa voltar ao tempo em que os EUA dependiam dos russos para lançar gente pro espaço. E convenhamos, não é o melhor momento diplomático pra isso.

Se Musk estiver falando sério (e não apenas testando quem blefa melhor), o fim da Dragon pode representar o fim das missões tripuladas americanas por solo próprio até, pelo menos, 2030 que, coincidentemente, é o ano em que a própria ISS deve ser aposentada. Ou seja: jogo encerrado antes da prorrogação.

A Boeing até tem o Starliner, que poderia assumir a responsabilidade. Mas o projeto vive atolado em atraso, problema técnico e aquele eterno “quase lá” que já virou piada entre engenheiros da NASA. E se você acha que dá pra confiar que eles vão resolver isso até mês que vem… boa sorte.

Continua depois da publicidade

Elon Musk briga com Trump

Enquanto isso, a NASA já havia confiado à SpaceX muito mais que a Dragon. A lista inclui o projeto Starship (o foguete lunar do programa Artemis) e a construção do veículo que vai desorbitar a ISS em 2030. Tudo com prazo, orçamento apertado e uma pressão política que só piora com os cortes de quase 25% no orçamento da agência, sugeridos pela própria Casa Branca.

No meio desse caos, tem uma Crew Dragon atualmente acoplada na ISS, parte da missão Crew-10, e outra engatilhada pra missão Crew-11 em julho. Mas se a treta escalar, não duvide se ambas forem pro espaço no sentido figurado, claro.

Jared Isaacman Nasa. — Imagem da internet.

O pior? Ninguém sabe exatamente o que esse “descomissionamento” significa na prática. Musk poderia estar apenas esticando a corda pra ver quem cede primeiro. Mas tem mais gente no jogo: a Axiom Space, por exemplo, está prestes a lançar sua quarta missão privada pra ISS com uma Dragon novinha. E o programa Polaris, do bilionário Jared Isaacman, também usa a SpaceX como trampolim pra fazer história com voos privados inclusive o primeiro passeio espacial privado, que rolou em setembro passado.

Isaacman, aliás, era o nome favorito de Trump pra ser o novo administrador da NASA. Era. Porque no último fim de semana, a Casa Branca puxou discretamente a indicação, deixando no ar se a rixa com Musk está derrubando aliados pelo caminho.

A NASA, por enquanto, mantém o discurso institucional de que “vai continuar executando a visão do presidente para o espaço”. Mas, entre nós: sem nave, sem verba e com essa guerra de egos em curso, a tal visão parece mais um borrão no telescópio do que um plano concreto.

Mas ai o que você acha disso? Será que estamos vendo um duelo de titãs ou só mais um capítulo da novela caótica que virou a política espacial americana?